Tuesday, July 18, 2006

Sózinho


Fui sózinho, pensei sempre em ti, gostaria que estivesses comigo, não faço a menor ideia se te lembras de mim, se te lembrares deve ser por coisas más, quando estás com eles ainda sou comparado? Ah! nunca fui, não é passível de comparação, as situações são diferentes, sim os contextos são realmente diferentes, connosco era suposto haver amor, mas pelos vistos e pelo que dizes não houve amor, houve então o quê? Fui assim tão naif, não entendi nunca que não me amaste? Nunca o percebi, nem nos dias de maior lucidez?

Vim sozinho, aliás outra coisa não seria de esperar, se não fui à procura de ninguém seria de prever que viesse sozinho, não quero ninguém, não consigo estar com ninguém, ninguém me agrada, e detesto estar sozinho, não posso partilhar emoções, sentimentos, alegrias, e prazeres, então porque não vou à procura de alguém? Não posso, ainda estou cheio de ti, e cheio no sentido que não consigo abrir o meu coração e soltar aquilo que tu me fazes sentir, mas pensando melhor hoje há muita angústia quando estou com o meu pequeno cérebro completamente preenchido contigo, choro, mas o choro já vai sendo mais contido, é por certo por me tentar alhear de ti, é porque o treino está a resultar, não, é apenas porque já não faço parte do teu mundo.

Saio sozinho, para fazer o quê? Quando sair vou deixar uma parte de mim aqui nesta sala, uma parte que foi muito importante, e que espero valoriza-la ainda mais, daqui a algum tempo, aí nessa altura vou valorizar o que foi importante nestes últimos meses, a minha maneira de viver de novo, os últimos tempos têm sido um apreender de algumas coisas, uma delas é isso mesmo, estar aqui e sozinho fazer o que estou a fazer, a pensar e a escrever, e tentar partilhar com alguém que está mesmo aí!